Eles estavam todos felizes na cerimônia de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro. Mas de lá para cá, seis dos dez maiores bilionários do mundo já perderam juntos US$ 225,3 bilhões. Isso conforme o levantamento Bloomberg Billionaires Index, que monitora a fortuna das 500 pessoas mais ricas do mundo.
Só Elon Musk viu mais da metade disso evaporar. Ele ficou US$ 132 bilhões menos rico desde 1º de janeiro até 10 de março. A fortuna do presidente da fabricante de carros elétricos Tesla — e atualmente chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (Doge,Bônus de boas-vindas, na sigla em inglês) — havia atingido o pico em meados de dezembro do ano passado, chegando a US$ 486 bilhões. Agora está em US$ 301 bilhões.
Dentre vários fatores, um é comum a quase todos: as tarifas de importação que Trump está impondo prejudica as empresas desses mega ricos. Mas não é só isso: o avanço da Inteligência Artificial chinesa — bem mais barata — também ajudou. Confira a seguir quanto cada um perdeu desde o começo do ano até 10 de março e o motivo da sangria:
Apoio de Musk a Trump teve impacto negativo. O apoio de Musk a Trump na corrida eleitoral do ano passado e seu subsequente papel no departamento de eficiência governamental geraram reações negativas. Analistas citaram essa mudança de reputação como um fator de problemas para as ações da montadora, que tiveram seu pior dia desde 2020 na segunda-feira (10), com queda de 15%. No ano, já caíram 45%.
Investidores menos confiantes. No primeiro mandato, Bezos, entrou em choque com Trump por conta de seu serviço de entrega e pelo jornal The Washington Post. Mas ele mudou de posição agora. Doou US$ 1 milhão para a campanha do republicano. Mas o apoio também não ajudou Bezos até agora. Desde o dia da posse de Trump, em 20 de janeiro, as ações da Amazon já caíram 14%. As mudanças nas políticas governamentais e a incerteza do mercado estão deixando os investidores menos confiantes na companhia de varejo. Além disso, a Amazon tem investido pesado em Inteligência Artificial — setor que foi muito abalado com o surgimento de empresas chinesas, como a DeepSeek, que desenvolveram modelos mais baratos.
A Oracle é uma das companhias que mais vem sofrendo com o surgimento das concorrentes chinesas de IA. A China, ao desenvolver um modelo de IA avançado e sem depender de recursos tradicionais americanos, mostra que talvez essas empresas estejam gastando demais, avalia Natalia Castan, presidente do Grupo Unite, que trabalha com inteligência artificial. A IA de custo menor e código aberto permite a qualquer usuário testar o código-fonte do serviço para desenvolvê-lo e aprimorá-lo.
Page é conhecido por ser o cofundador do Google com Sergey Brin. A Alphabet, que controla o Google, vem enfrentando ações antitruste e pressão regulatória do Departamento de Justiça americano. As ações da empresa também caíram depois que ela não atingiu suas estimativas de lucros trimestrais.
Em 2024, as receitas do Google caíram 4,1% em relação ao ano anterior, para US$ 7,954 bilhões. E, assim como outras companhias, o maior desafio agora é a inteligência artificial chinesa como concorrente. A Alphabet planeja investir US$ 75 bilhões, à medida que continua a expandir sua estratégia de IA. Isso está acima dos US$ 58,84 bilhões que Wall Street esperava.
Com baixa de 9% no ano, a Microsoft também vem perdendo valor por conta da concorrência com a chinesa. Só na segunda-feira (10), a empresa perdeu US$ 95 bilhões em valor de mercado por conta da possibilidade de recessão na economia americana. Após declarações do presidente americano Donald Trump no fim de semana, quando ele se recusou a prever se haverá ou não uma recessão, ações de grandes companhias americanas tiveram perdas drásticas. A Tesla desvalorizou US$ 130 bilhões. Alphabet, US$ $ 98 bilhões e a Amazon, US$ 50 bilhões.
O dono da Meta está US 4,12 bilhões mais rico este ano e é a exceção da lista dentre as big techs. Ao longo de 2025, as ações da dona do Facebook, Instagram e WhatsApp estão numa montanha-russa, subindo e descendo. Mas no acumulado do ano, a variação é quase nula: alta de 0,30% desde o início de janeiro.
Isso não quer dizer que ele não esteja sofrendo com as incertezas do governo Trump ou com as ameaças na área de IA. Zuckerberg ficou mais rico com as vendas de ações que ele começou a fazer no final do ano passado, antes da queda dos preços dos papéis. O presidente Meta vendeu 431.858 ações por um total de US$ 307,2 milhões entre 3 e 21 de fevereiro. Ele já havia vendido mais de US$ 2,2 bilhões em ações no ano passado. Desde que Zuckerberg vendeu suas ações, o valor da empresa caiu 16%.
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